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Representantes de motociclistas pedem aposentadoria especial para a categoria

Segunda-Feira, 23 de Maio de 2016, 16h09

Representantes de motociclistas profissionais defenderam, nesta segunda-feira (23), a aposentadoria especial para a categoria. Em audiência na Comissão de Direitos Humanos (CDH), eles chegaram a um acordo com o presidente do colegiado, senador Paulo Paim (PT-RS), para apresentação de um projeto de lei que atenda suas reivindicações.

A proposta, segundo Paim, poderia substituir o PLS 82/2011, em tramitação no Senado, e alvo de muitas críticas durante a reunião. Apresentada pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), a proposição altera a regulamentação da profissão de mototaxista e motoboy já prevista na Lei 12.009/2009.

- A categoria entende que devemos encaminhar pela rejeição do PLS 82. Vamos conversar então com o senador Crivella, para que apresentemos um novo projeto cuidando da aposentadoria especial. Poderíamos também incluir questões relativas a equipamento de segurança e aos aplicativos de internet - sugeriu Paim.

O presidente do Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas do Estado de São Paulo (SindimotoSP), Gilberto Almeida dos Santos, elogiou o senador Marcelo Crivella, mas disse que o parlamentar apresentou um projeto com exigências que não poderão ser cumpridas e com medidas equivocadas.

O PLS 82/2011 prevê, por exemplo, obrigatoriedade de uso de pneus de chuva, limite de 200 cilindradas para o motor dos veículos; limitação de velocidade máxima de 60 quilômetros por hora, mesmo em vias onde é permitido andar mais rápido; e proibição para o motociclista trafegar nos corredores entre os carros.

- A Lei 12.009  contempla as necessidades dos mototaxistas e motofrentistas. É bem clara e já tem requisitos de segurança. Se esse projeto passar, vai trazer é mais problemas - afirmou.

Para Gilberto dos Santos, não deixar o motociclista ultrapassar os 60 km/h é "loucura", para quem conhece a realidade do dia a dia do trânsito nas grandes cidades. Ele afirma ainda que proibir as motos de circular entre os automóveis acabaria de vez com a profissão e usar pneu só de chuva é inviável, visto que as motos circulam em variados tipos de terreno e situação.

- Além disso, qualquer motociclista sabe que quanto maior a cilindrada de uma moto mais segura ela é. Hoje já existem profissionais usando motos de 300, 400 cilindradas. Seria um retrocesso voltar atrás e limitar isso - argumentou.

Acidentes

O diretor de Projeto e Parceria do SindimotoSP, Rodrigo Carlos Ferreira da Silva, ressaltou as conquistas recentes da categoria e lembrou que a regulamentação da profissão e a padronização de equipamentos têm contribuído para reduzir o número de acidentes em São Paulo e Região Metropolitana.

- Todos ganham com a regulamentação. Há redução de acidentes, qualificação profissional, melhora na qualidade de vida, controle de frota, geração de emprego, comprometimento social e aumento da arrecadação dos municípios - afirmou.

Ele também cobrou fiscalização mais rigorosa para que haja melhoria das condições de segurança:

- É inaceitável, mas hoje no Brasil é como se um Air Bus lotado caísse por dia, levando-se em conta as mortes diárias no trânsito de motociclistas. Não podermos aceitar isso - disse.

Raios-X do setor: Região Metropolitana de SP

 

Número de municípios

39

Número de motocicletas

1,5 milhão

Empregos diretos

282 mil

Rendimento médio mensal

R$ 2.500

PIB da região

7%

Faturamento por mês do setor

R$ 705 milhões

Fonte: SindimotoSP

Acidentes com motocicletas (SP)

     
 

2012

2013

%

Com vítimas

4596

4198

-8,66

Sem vítimas

858

754

-12,12

Vítimas leves

4529

4079

-9,94

Vítimas graves

1.211

1.039

-14,20

Vítimas fatais

200

179

-10,50

Fonte: SindimotoSP


Fonte: Senado Federal (www12.senado.leg.br)


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